sábado, 24 de julho de 2010

Interpretando o Sommelier (2) – Vinhos da Argentina e Chile

Para aqueles que preferem os vinhos tintos secos argentinos e chilenos, busquem algumas palavras chaves nas descrições feitas pelo sommelier.


Os vinhos argentinos e chilenos estão dentro da classe dos vinhos do novo mundo. Estes vinhos têm como diferencial a sua personalidade forte, isto é, tem características táteis e aromas primários mais marcantes e, portanto é na boca que o vinho mostra a sua especificidade.

São vinhos geralmente redondos (que não tem excesso de acidez - você percebe nas laterais da língua, se você salivar pouco é porque o vinho é pouco ácido) e que a sensação é de encher a boca. Então, as descrições destes vinhos terão, em geral, as seguintes palavras chaves: encorpado, carnudo, oleoso, volumoso, untuoso. Estas características são percebidas dentro da boca, dão uma sensação de um líquido mais viscoso.

Também são um pouco doce, adocicado (bem pouquinho), mas não são vinhos suaves (classificação para os vinhos doces). Esta sensação vem do tipo dos taninos e do volume de álcool, já que em geral as uvas são colhidas mais tarde. Para lembrar: sentimos o doce na ponta da língua.

Outra característica é a graduação alcoólica maior que a do velho mundo. (13-14% x 12%). Vocês irão perceber o álcool no fundo da garganta, quanto mais álcool, mais esquenta a garganta.

São potentes no aroma e encorpados na boca. Abusam da madeira, sentimos baunilha, café, tostado.
São vinhos pouco transparentes, de aspecto cristalino (não são turvos). A cor destes vinhos é de um vermelho mais escuro, alguns perto do negro.

Então resumindo, as palavras chaves para quem gosta do estilo argentino / chileno:

  • Visual: vermelho escuro
  • Olfato: frutas vermelhas, madeira
  • Gustativo: encorpado

domingo, 4 de julho de 2010

Qualidade do Vinho

Jabulaniiiiii.....

Pelo jeito a bola da Copa do Mundo não está enganando somente os goleiros. A maioria das seleções candidatas ao título está fora da Copa, contrariando boa parte das previsões de especialistas.

Pois é, fazer previsões tem sempre seu grau de risco. Previsões servem como um guia, nunca como uma determinação. A influência de múltiplos fatores ou critérios dificulta a avaliação para se determinar uma tendência e portanto se fazer uma previsão precisa (dentro de uma variação mínima).

Da mesma forma é o vinho. A qualidade de um vinho depende de N fatores, tais como: temperatura, chuvas, vento, sol, solo, a parreira, o método de fabricação e outras técnicas de plantio e colheita, o barril, tempo de envelhecimento. Dizem os especialistas em vinho que encontram-se diferenças fundamentais em vinhos produzidos em encostas diferentes da mesma colina. Essas diferenças são devidas à ensolação, ao vento entre outros fatores, pois de um lado da colina o sol bate de manhã e do outro à tarde. Da mesma forma o vento, de um lado bate o vento continental e do outro o vento marítimo (por exemplo).

Eu coloquei um link aqui no meu blog que leva para ao quadro de safras de Robert Parker. Tabelas deste tipo tentam fazer uma previsão da qualidade do vinho de uma determinada região considerando as condições climáticas durante o ciclo anual da uva.

Não deixa de ser um dos parâmetros para se avaliar se um vinho (produtor, região, ano e uva) teve as condições ideais climáticas naquele ano e portanto ter uma noção da qualidade. No novo mundo, como a maioria dos vinhos é do tipo varietal (de uma só uva) e cada uva tem um ciclo diferente da outra, em um determinado ano um tipo de uva pode ser mais favorecida que outro. Por exemplo: a uva Cabernet Sauvignon necessita amadurecer mais na parreira do que outras uvas tintas e assim na época da colheita o dia que chover pode influenciar negativamente um varietal e não outro. O velho mundo é muito mais sensível ao terroir do que simplesmente á variedade da uva, mas da mesma forma o corte utilizado por um produtor pode ter mais influência negativa das condições climáticas do que outro produtor da mesma região.

Este quadro é interessante para se fazer uma análise horizontal, é isto, vinhos de um mesmo ano de vários produtores da mesma região. Escolha um que mais lhe agradou e busque vinhos deste produtor de anos diferentes (chamada análise vertical). E ai compare com a tabela e tire suas conclusões. Faça o mesmo para outros vinhos desta região. Depois de outras regiões e assim por diante.

Tenho certeza que você não vai conseguir acabar esta análise nas suas próximas 10 encarnações.