segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012




O ano em que o mundo iria acabar acabou!

Foi um ano intenso. Incrível que, por mais que planejamos, o inesperado acontece e faz as nossas vidas navegar por correntes agitadas e desconhecidas. Não poderia ser mais excitante!



Tudo o que aconteceu em 2012 preparou o caminho para um 2013 ainda mais desafiante.

E a minha relação com o vinho vai se tornando cada vez mais íntima. Durante todo o ano que passou estive muito próximo, com as confrarias, as degustações, eventos, cursos, em contato com os importadores e distribuidores, e principalmente junto daqueles que podem me trazer mais e mais conhecimento na área.

Foi divertido, trabalhei muito, fiz amizades, me surpreendi. Uma pena que ainda não posso viver 100% do vinho. Meu tempo para o vinho é bem menos do que isso, mas este continua a ser um dos meus principais objetivos.

A respeito de rótulos, prefiro citar aqueles que me surpreendem. Os melhores nem precisam ser mencionados, afinal já tem muito marketing em cima e não quero ficar no lugar comum. Aliás, esta é a proposta da VinhoClic, surpreender, sair do comum, do óbvio.

O ano começou promissor. Conheci os vinhos do Chateau Villars-Fontaine, o especialista e apaixonado por Borgonha Jean Claude Cara e a Sonia Denicol, a Madame do Vinho, em um curso sobre os vinhos da Borgonha. Tive o privilégio de organizar pela VinhoClic, a convite do Jean, este mesmo curso no mês de novembro na Enoteca Saint VinSaint. Chateau Villars-Fontaine Gamay du Futur 2003 foi o vinho que mais me surpreendeu desta vinícola, um Gamay potente, encorpado, complexo!

Tenho que mencionar o Elephant Rouge 2008, um vinho com a assinatura do Jean, entre os vinhos que mais me surpreenderam este ano (senão o que mais..), . Uma pena que já se esgotou.... :´((

Já em Dezembro, a VinhoClic também organizou, com o apoio do Alexandre Furniel, um curso degustação de espumantes no Hotel Caesar Faria Lima.

Recebi com muito orgulho o diploma de conclusão do curso de Vinhos de Portugal outorgado pela Wine Academy, organizado pelo meu amigo José Carlos Santanita, um educador por excelência! Tenho acompanhado, mesmo que a uma certa distância, seu projeto de educação e suas iniciativas Portugal Wine Expert e Wine Senses, que vão de vento em popa. Sinto-me orgulhoso de ter participado dos primeiros passos aqui no Brasil.

Participei de vários eventos, mas destaco a degustação de vinhos de Bordeaux safra 2009, organizada e realizada pela Union des Grands Crus de Bordeaux, sob a batuta de Caroline Putnoki. Tive a oportunidade de degustar vinhos espetaculares, alguns nota 100 de Robert Parker (apesar de não me importar muito com pontuações..... me parece que há mais critérios nestas pontuações do que somente os técnicos). Dos que degustei, o Chateau Clinet foi o que mais me marcou, complexo, belo corpo, ainda jovem mas já muito bom para se beber.

Por falar em eventos, o Encontro de Vinhos, organizado por Beto Duarte e Daniel Perches, já é um dos grandes acontecimentos do mercado de vinhos. São 5 cidades com este evento. Por falar em surpreender, este na sequência foi daqueles eventos aconchegantes, repletos de coisas boas e gente interessante por todo lado: 1º Granja Viana Wine Fest, organizado pelo João Felipe da Vino&Sapore. Aliás, o João abriu as portas da Vino&Sapore para muitas das degustações do guia que o Beto Duarte está desenvolvendo (aliás, estamos ansiosamente esperando por sua publicação). Por falar neste guia, as degustações foram sempre momentos de puro prazer ao lado de blogueiros, agora amigos: além do Beto e do João, participavam o Evandro,  a Vanessa, a Evelyn e o Alexandre, o Alexandre Frias, Cristiano, o Deco da Winet, , a Jane, a Michelle, a Nadia, a Renata, o Victor, o Walter, o Mauricio.

Garimpei muito! Foram muitos vinhos degustados e várias surpresas positivas. Cada um deles, mereceria um post específico, mas só vou mencionar os nomes:

- Goulart Reserva Malbec 2007
- Clos de Chacras Gran Estirpe Malbec 2007
- Imperial Toledo
- Judas
- Dogajolo
- Pequeñas Bodegas Viñas de Chacras, Malbec Roble e CS Roble
- Cava 1312
- Inurrieta Mediodia
- RAR Viognier
- Tapada de Coelheiros Chardonnay
- Domaine de Pellehaut Harmonie de Gascogne
- Champagne Esterlin Brut Selection

Por fim,  a linha de vinhos que mais me surpreendeu foi da Bodega Paternina de Rioja:
- Clos 2001
- Conde de los Andes Gran Reserva 2004
- Banda Roja Reserva 2004
- Banda Azul Crianza 2006

Isto sem falar nos custos desses vinhos! Excelente.

Um Natal de muita luz!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Degustação de Espumantes com Alexandre Furniel


Sommelier formado pela SBAV-SP apresentará opções singulares da França, Espanha, Itália e Brasil 
Para encerrar as atividades do ano, a VinhoClic está organizando uma degustação com significativas opções de champagnes, cavas e espumantes italianos e brasileiros.
O evento, que acontecerá no próximo dia 20 de dezembro será conduzido pelo sommelier Alexandre Furniel, que discorrerá sobre as características e diferenças dos champanhes, espumantes e cavas. Alexandre Furniel é Mestre em Sociologia, sommelier pela SBAV-SP, com especialização pela ABS-SP, WSET-Londres e pelo Curso Superior em Degustação pelo Ministério da Agricultura da Argentina.
Para completar a noite, serão servidos dois pratos do cardápio do Restaurante Agraz: salada de agrião, peras ao champagne e uvas brancas e gorgonzola e tagliatele com brasato e funghi.
Serviço:
Data: 20 de dezembro, às 20h
Local: Restaurante Agraz - Rua Olimpíadas, 205
Valor: R$ 150,00
Informações e inscrições: (11) 2737-1401 / cursos@vinhoclic.com.br
As inscrições vão até o dia 18/12 e as vagas são limitadas.

Sobre a VinhoClic
A VinhoClic (www.vinhoclic.com.br) nasceu em 2011 para apoiar os apreciadores de vinhos no desafio de selecionar um bom rótulo frente a inúmeras ofertas disponíveis no mercado, que muitas vezes se apresentam com pouca informação e a preços exorbitantes. Com o objetivo facilitar o acesso de apreciadores de vinhos a rótulos que estão fora das prateleiras e dos canais tradicionais, a preços competitivos, a VinhoClic se posiciona como um canal de a disseminação de informações sobre a produção nacional e estrangeira.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Curso e degustação de vinhos da Borgonha com Jean Claude Cara


Sommelier franco-brasileiro é o convidado da VinhoClic para apresentar estes fascinantes vinhos, famosos em todo o mundo.

São Paulo, 15 de novembro de 2012. A VinhoClic realizará no final do mês de novembro curso de vinhos da Borgonha com o sommelier e consultor franco-brasileiro Jean Claude Cara.
Jean Claude, que reside atualmente em Beaune, capital dos vinhos na Borgonha, é Consultor em vinhos, Chef de Cozinha e sócio-proprietário no Château de Villars Fontaine, além de ser responsável pela relação Brésil-Bourgogne quanto aos assuntos Enoturismo, Importações e Cursos. Também é escritor do Guia de Vinhos da Bourgogne que será lançado no Brasil em 2013. Criador do projeto Éléphant Rouge, vinho de garagem nacional produzido no Vale dos Vinhedos com características inspiradas em métodos Franceses de vinificação.
Durante o curso, que tem a duração de 3 horas e meia e 18 vagas, serão apresentados seis diferentes rótulos para degustação e serão abordados temas como:
História: da elite galo-romana até a atualidade;
Mosaico: O terroir, os climats e os vinhedos;
Uvas: suas características e variedades;
Pirâmide: Princípios e Repartição;
Degustação: Cores, aromas e sabores; 6 grandes vinhos da Borgonha
Ao final, será servido um Boeuf Bourguignon aos participantes.

Serviço:
Local: Enoteca Saint VinSaint, Rua Professor Atílio Innocenti, 811, em São Paulo.
Data e horário: 30 de novembro de 2012, às 19 horas.
Informações e inscrições: até o dia 28/11, pelo telefone (11)2737-1400 ou pelo e-mail cursos@vinhoclic.com.br
Preço: R$ 280,00 por pessoa
Forma de pagamento: depósito bancário até o dia curso.

Sobre a VinhoClic
A VinhoClic (www.vinhoclic.com.br) nasceu em 2011 para apoiar os apreciadores de vinhos no desafio de selecionar um bom rótulo frente a inúmeras ofertas disponíveis no mercado, que muitas vezes se apresentam com pouca informação e a preços exorbitantes. Com o objetivo facilitar o acesso de apreciadores de vinhos a rótulos que estão fora das prateleiras e dos canais tradicionais, a preços competitivos, a VinhoClic se posiciona como um canal de a disseminação de informações sobre a produção nacional e estrangeira.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Max Brands apresenta nova linha de vinhos Chilenos: Chilcas, da Via Wines


A Importadora Max Brands apresenta sua nova linha Premium de vinhos Chilenos que acaba de chegar: Chilcas, do Vale do Maule. Produzidos pela Via Wines, uma vinícola audaz e inovadora, seus vinhos refletem a tradição vitivinícola do Chile, com um toque de modernidade.

Seus mais de 1.039 hectares de vinhedos estão localizados nos principais vales: Maule, Casablanca, Curicó e Colchágua. A produção é feita com a menor intervenção possível dos enólogos na busca da máxima expressão de cada varietal, refletindo fielmente o precioso terroir. O resultado deste trabalho são vinhos equilibrados, de boa estrutura, complexos, nos quais o tempo em barrica representa um complemento fino e elegante.

Entre as variedades cultivadas está a uva Pais, também chamada Mission, (em espanhol, Misión), assim denominada em homenagem as primeiras missões franciscanas da Califórnia, que trouxeram a uva da Espanha via México. A mesma uva também foi levada para o Chile e Argentina, onde ficou conhecida como “País” e “Criolla” respectivamente. Esta uva de alto rendimento era utilizada como base dos vinhos de mesa. A Chilcas assumiu o desafio de, com uma uva pouco nobre, fazer um vinho de qualidade. O resultado surpreendeu a todos: um vinho volumoso, com taninos persistentes e abundantes.

O enólogo chefe da vinícola Chilcas, Camilo Viani, é formado na Universidade do Chile com mais de 11 anos de experiência nas melhores vinícolas chilenas, como Concha y Toro, Casas del Bosque e Viña Mar, um projeto de boutique da Viña San Pedro.

Autenticidade, sustentabilidade e harmonia são os pilares que guiam a elaboração dos vinhos Chilcas, sem perder de vista a preocupação com o meio ambiente. E as ferramentas utilizadas são moderníssimas, o que permite controlar o ecossistema; tratar a água utilizada e reutilizá-la novamente na natureza; moderar o uso da água no vinhedo na quantidade exata necessária; controlar pestes e doenças de forma orgânica e, finalmente, controlar a qualidade do ar.

Na Vinícola fazem um uso da água racional, controlam o uso eficiente de materiais, se preocupam com a economia de energia e controle de resíduos sólidos. Seus vinhos são engarrafados com garrafas “ecoglass”, de acordo com a filosofia sustentável. Tudo isso como uma forma de agradecer à terra por tudo que ela lhes dá.

A Via Wines atua também na Comunidade onde vive, buscando usar os recursos humanos das regiões que os cercam, dando apoio ao artesanato local encomendando a eles os presentes que dão aos convidados, por exemplo.

Chilcas é o nome que o povo Quechua dá um arbusto que cresce na base do vulcão “Descabezado”. Este arbusto era utilizado para tingir as roupas mais seletas deste povo.

A Chilcas produz três linhas de vinhos (Single Vineyards; Reserva e Selected Vineyards) além de um Late Harvest e dois vinhos ícones: Las Almas – produzido com a uva Carménère, considerada a essência do Chile, tendo no rótulo o desenho do DNA desta cepa; e o Red One, um vinho de corte bordalês - Merlot; Cabernet Franc; Cabernet Sauvignon e Petit Verdot – resultando num vinho muito complexo e elegante.

Localização:
Seus vinhedos estão localizados nos Vales de Casablanca, Colchágua, Curicó e principalmente Maule, onde existe uma maior diversidade geográfica.

A grande diversidade de solos presentes no vale permite o cultivo de muitas variedades. A ampla gama disponível se transforma numa fonte de inovação e experimento para a equipe de enólogos e viticultores, sempre em permanente busca da mais alta qualidade e excelência.
  
Vinhedo San Rafael – Desde 1998 o mais importante vinhedo do Vale do Maule, possui plantações de uvas tintas e brancas. A grande maioria dos vinhos Chilcas é originária deste vinhedo, como o Single Vineyard Cabernet Franc, um vinho sensacional, com taninos suaves e elegantes, e grande persistência.
  
Vinhedo Tapihue – Localizado no Vale de Casablanca, a poucos quilômetros do Oceano Pacífico, seu clima fresco e solo argiloso tem feito desta área uma apelação reconhecida em nível mundial pela qualidade de seus vinhos brancos e Pinot Noir. Como o Reserva Sauvignon Blanc, fresco e mineral, com sabores tropicais e uma acidez agradável.

 Vinhedo Nilahue – O Vale do Colchagua é hoje mundialmente reconhecido pelos vinhos elaborados com Cabernet Sauvignon, Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. O Reserva Cabernet Sauvignon, originário desse vinhedo, é um vinho persistente com acidez equilibrada, taninos abundantes e de grande qualidade.

Vinhedo Los Niches – No Vale do Curicó, próximo a Cordilheira dos Andes. Neste vinhedo são plantadas a Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Carmenère, Merlot, Syrah, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir. Os vinhos se caracterizam por sua expressão especialmente frutada, resultado da grande diferença entre as temperaturas do dia e da noite.

Vinhos Chilcas:

Select Vineyards –  linha de entrada com vinhos que refletem a fruta e os aromas característicos da variedade, expressivos e autênticos. Cabernet Sauvignon, Carménère e Sauvignon Blanc.

Reserva – vinhos de terroir, elaborados com uvas especialmente selecionadas, bem equilibrados, com boa estrutura e potência: Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay – (10 meses de barril).

Single Vineyard – nesta linha produzem Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e País (12 a 14 meses de barril)  Pinot Noir (10 a 12 meses de barril)  e Chardonnay  (70% em 12 meses de barril).

Late Harvest – com 93% Sauvignon Blanc e 7% Gewurztraminer, com 11,5% de álcool. Amarelo profundo com reflexos dourados, muito aromático, apresentando notas de papaya, casca de laranja, figos e damasco, além de nuances cítricas e florais.

Vinhos ícones:

Red One – Ótimo corpo, frutado, taninos equilibrados, aromas de frutas confitadas, na boca aparecem elegantes notas de café torrado, baunilha e chocolate, provenientes de seu tempo em barricas (50% Merlot, 35% Cabernet Franc, 10% Cabernet Sauvignon, 3% Malbec e 2% Petit Verdot – com 12 a 14 meses de carvalho francês). Premiação:
Safra 2007 - Guia Descorchados 90 pontos
Safra 2009 - Wine Spectator 90 pontos

Las Almas – A Carménère é a uva pela qual o Chile ficou famoso, a alma do vinho chileno, por isso o nome. Um vinho, de grande corpo, com taninos suaves e maduros, caráter elegante e muita complexidade. (95% Carménère e 5% Cabernet Franc com 10 a 12 meses de barril).
Premiação:
Safra 2009 - Guia Descorchados 90 pontos

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Winebar - Degustação Online

Um evento para os apaixonados por vinho.

Winebar está de volta e cheio de novidades!

Winebar é um serviço criado para os apaixonados pelo vinho, onde serão realizados eventos e degustações ONLINE através das redes sociais. Além da participação dos convidados através de mensagens enviadas pelo Facebook, você poderá também assistir a transmissão ao vivo pela web. Winebar é um jeito fácil de conhecer ótimos vinhos, conversando diretamente com o produtor, só que no conforto de sua casa.

Dia 06/11 (terça), às 20:00hs, direto do Le French Bazar em SP, será feita mais uma transmissão do Winebar. Desta a degustação será com Julien Breuzon, produtor dos Champagnes Vollereaux, importado pela Chez France.

E você pode ganhar um Champagne Vollereaux Brut! 
Basta se cadastrar neste link.

Para assistir o evento, clique neste link.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Degustação dos vinhos da Bodega Sottano na Vino&Sapore



Ficou um pouco sem uma conclusão se o indiano que ofereceu a rosa para o Daniel era um empresário da área botânica ou se era um exercício para identificar os aromas dos Amarones, Ripassos e Valpolicenas que estavam sobre a mesa. Alguns dizem que o objetivo do indiano era outro, mas não ficou muito claro.

Esta introdução é só uma pitada do clima que estava na noite de degustação dos vinhos da Bodega Sottano na Vino&Sapore do nosso amigo João Clemente. A noite teve, além dos vinhos, o final esperado com a pizza Obelix (acho que é esse o nome da pizza) que é feita com lingüiça de Javali.

A noite estava reservada para os vinhos da Bodega Sottano, trazidos pela Maxbrands, mas começamos com um espumante da Batasiolo, o Millesimè 2006. Uma delícia de espumante, muito aromático, boa perlage, bom corpo.

Ai vieram os vinhos da Sottano, começando com a linha Clássico, depois os da linha Reserva, na sequência os da linha Reserva de Família, e por fim o melhor da noite. O João fez um esquema interessante: para cada linha, experimentávamos um da uva Malbec e outro da Cabernet Sauvignon, como que em um combate.

Para mim, novamente a Cabernet Sauvignon superou a Malbec!!! A Argentina está cada vez mais mostrando que sua melhor uva é a Cabernet Sauvignon. Os vinhos desta uva de lá mostram um equilíbrio interessante, tem fruta, tem madeira, tem corpo, mas tem acidez que transforma o vinho!

Porém, a estrela da noite foi um puro Malbec, o Judas 2007. Profundidade, aromas com diversas camadas: fruta, madeira, tostado; e ainda a elegância do seu corpo, acidez e taninos totalmente equilibrados.

A anedota com o indiano lá do começo aconteceu em outro lugar, em outro momento. Dizem que foi verdade, não estava lá para comprovar. Mas o importante é que o vinho transforma o ambiente, e que qualquer anedota deixa o ambiente muito mais alegre. Se alguém não disse ainda, digo eu: “o empolgante no mundo do vinho é o momento que ele proporciona! Momento para estar com amigos, para compartilhar alegrias e relaxar.”  (by vinhoclic).

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Toro Loco: vale a pena experimentar?

Queridos leitores, eu ainda não experimentei o famoso Toro Loco. Não sei se irei, mas gostaria de deixar minha opinião sobre todo o movimento criado ao redor deste rótulo.

O vinho Toro Loco Tempranillo 2011 foi premiado no “International Wine and Spirit Competition” (IWSC), mas o que gerou toda essa onda de notícias é que nesta competição ele, que custa 3,59 libras, ficou à frente de vinhos com renome internacional que custam até 31 libras.

Como sempre faço, fui fazer minhas pesquisas a respeito do vinho.

 O vinho Toro Loco, marca própria da cadeia de supermercados Aldi produzido pelas Bodegas Coviñas , é feito com 100% da uva Tempranillo na denominação de origem Utiel Requena (região de Valencia). Aqui está o link da página da IWSC que outorgou o prêmio para o Toro Loco Tempranillo 2011. Encontrei a informação sobre a premiação em alguns sites de notícias, mas nas páginas da Aldi , e nas das Bodegas Coviñas (opção “Noticias e Novedades”) ainda não é mencionada.

 A Decanter também outorgou ao Toro Loco Tempranillo 2011 o prêmio de “commended” (em uma tradução livre: “menção honrosa”).

 Os vinhos que ele “bateu” na competição mencionados em algumas reportagens foram:

- Costa di Bussia Barolo Riserva DOCG 2005: a vinícola ostenta em seu site alguns prêmios “silver” e “bronze”; na Inglaterra, o custo deste vinho é £26; o vinho da safra 2006 recebeu 95 pts de Huon Hooke;

 - Stag's Leap Wine Cellars Artemis Cabernet Sauvingon 2009: um vinho de £22, recebeu vários prêmios “silver” e “bronze”. A Vinicola tem uma longa lista de vinhos com altas pontuações de Robert Parker, Wine Advocate (RP), Wine Spectator, Wine&Spirits, Wine Enthusiast, mas não menciona o prêmio do 2009 Artemis da IWSC.

Também li comentários de degustação de alguns especialistas, que, na sua maioria, afirmam que o Toro Loco é um vinho bom para o preço.  Ao que parece, a fama deste vinho não teve a mesma repercussão no exterior como teve aqui no Brasil. Tampouco, os vinhos que foram classificados abaixo do Toro Loco são vinhos considerados bons.

Resumindo, foi uma grande jogada de marketing para um vinho apenas razoável. Resta saber se este tipo de “jogada” serve bem ao nosso mercado, ainda imaturo para avaliar vinhos. Não tive como não comparar com o vinho alemão da garrafa azul. 


Outras referêcias:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2149036/It-s-corker-Red-wine-costing-3-59-sold-Aldi-scoops-international-award.html 
http://money.aol.co.uk/2012/05/24/3-59-aldi-wine-thumps-30-competition/
http://www.montrealgazette.com/life/Wine+taste+testing+supermarkets+depanneurs+Eight+whites+reds+tasted+winners/6710268/story.htmlhttp://www.vinopedia.com/wine/Costa+di+Bussia+Barolo
http://www.cask23.com/pressPraisehttp://www.standard.co.uk/news/uk/the-359-supermarket-plonk-that-tastes-as-good-as-vintage-bottles-of-wine-costing-ten-times-the-price-7781877.html
http://www.montrealgazette.com/life/Wine+taste+testing+supermarkets+depanneurs+Eight+whites+reds+tasted+winners/6710268/story.html 
http://www.costadibussia.com/eng/index.php?id=vini/barolo_docg_riserva&m=vini/submenu&download=9#torolocoday

sábado, 31 de março de 2012

Corsican Nature Pinot Noir / Niellucciu 2007

Hoje o almoço foi algo simples e rápido. Foi um filet grelhado que pedimos em hamburgueria aqui perto de casa, acompanhando maionese, ovo frito e batatas fritas. Bem típico das nossas lanchonetes que servem os hamburgeres.


Um prato que, por sua simplicidade, textura da carne suculenta e a gordura da maionese, iria muito bem com vinhos que tenham elegância, corpo médio e uma boa acidez ao mesmo tempo.

Escolhi o Corsigan Nature, do Empório Sório:
Ficha Técnica:
Região: Vin de Pays de L´Île de Beauté - Corsega

Safra: 2007

Graduação alcoólica: 12,5%

Composição: 60% Pinot Noir e 40% Niellucciu

Vinificação: Maceração à frio. Fermentação à temperatura controlada. Maturação em cuba de aço inoxidável por 6 meses.

O vinho apresenta aspecto de cor rubi pouco evoluído, transparente, halo ainda pequeno. Um aroma muito franco e límpido de frutas vermelhas frescas. Na boca, elegância e equilíbrio. Um vinho muito interessante e agradável.

Acompanhou muito bem o filet grelhado e ainda fiquei bebericando por um bom tempo após a refeição. Pronto para beber.

VinhoClic

segunda-feira, 19 de março de 2012

Equívocos no Regime de Salvaguarda do vinho brasileiro

Em termos filosóficos, restrição gera restrição!!! Restringir cria um círculo vicioso: menos vinhos importados, menos opções, menos consumidores, menor mercado, menor incentivo, menos opções, menos consumidores..... No limite, a tendência é diminuir até a extinção.

Está mais do que provado nas teorias econômicas que precisa crescer o bolo para melhor dividi-lo. Expandir cria o circulo virtuoso: mais opções, mais consumidores, maior mercado, maior incentivo, mais opções, mais consumidores. No limite, a tendência é expandir até abranger a toda base de possíveis consumidores.



Portanto, este é o primeiro equívoco na implantação do Regime de Salvaguarda do vinho brasileiro.

Segundo equívoco:

Parte-se do princípio que quando o consumidor brasileiro não encontrar o vinho importado que costumava comprar, este irá substituí-lo por um vinho brasileiro. Em alguma porcentagem isto poderá ocorrer, mas na maioria o brasileiro irá substituir o vinho importado de qualidade por outro de menor qualidade.

Terceiro equívoco:

O Regime de Salvaguarda tem por objetivo proteger a indústria nacional "por um período" para que o fabricante brasileiro consiga igualar em preço e qualidade o produto estrangeiro. Isso nunca ocorrerá, pois:
a) o vinho é totalmente dependente do terroir, não há como igualar em qualidade;
b) o alto custo do vinho brasileiro não é devido a falta de produtividade, e sim pelos altos custos da cadeia toda, incluindo impostos, custo de capital, infraestrutura cara (energia, transporte), entre outros fatores (veja meu post sobre este tema: http://vinhos-por-barnes.blogspot.com.br/2012/02/precos-no-brasil-impostomargem-ou-tem.html)

Quarto equívoco:
Esta medida irá reforçar o contrabando de vinhos importados. É notório que nosso país é corrupto e que as fronteiras não são controladas adequadamente. Assim, muitos vinhos de qualidade irão entrar no país por vias "não-oficiais". Todos etiquetados com o "selo de garantia". Além de aumentar a carga de nossos queridos viajantes ao exterior que irão trazer muitas "encomendas" dos que ficam por aqui.

domingo, 4 de março de 2012

Kerubiel: um anjo de vinho mexicano

Em 2007, estive várias vezes no México a trabalho. Cheguei a passar 3 meses por lá (voltava alguns fins de semana) e pude conhecer muito da cultura mexicana, consequentemente dos seus vinhos. Aliás foi até divertido como fui apresentado aos vinhos mexicanos. Conversando sobre vinhos com um colega de trabalho, o Paco (óbvio, só poderia ser o Paco), ele me fez a pergunta: "Le gusta el vino mexicano?"... o que responder? Não tinha a mínima ideia de que o México produzia vinhos... então disse "Hay vinos mexicanos?". O Paco não ficou muito feliz, fez uma cara.... e para me provar que havia bons vinhos por lá, me pagou o jantar com vinho mexicano em um dos belos restaurantes do bairro Santa Fé!!



Um aparte: não sofri o tal mal de Montezuma como é comum aos iniciantes na comida mexicana, mas não sou um apaixonado por ela. Sempre adicionava ao meu pedido "sin picante". Mas saindo das pimentas e do maiz, há algo interessante na culinária mexicana. Lembro de um bar/restaurante com comidas ligadas às coisas do mar que, entre outros itens, oferecia um caldo de frutos do mar que bebíamos em copo (o suadouro já começava ali), e não em um prato ou cumbuca comendo com colher o que seria normal para um caldo. Também pedia sempre um polvo grelhado, de apresentação muito simples: sem a cabeça com os tentáculos chamuscados pelo calor da brasa da grelha!! Ficava meio sêco, mas eu adoro polvo.... 


Voltando aos vinhos mexicanos, tive então a oportunidade de perguntar ao meu amigo Paco: "Le gusta el vino brasileño?"... de pronto respondeu "Hay vinhos brasileños?"... Como naquela época, eu vivia somente em aeroportos, acabei comprando uma garrafa de Lidio Carrara, sempre presente nas prateleiras da loja do free shopping na saída do Brasil, para presenteá-lo.


Não lembro do vinho que tomamos naquele jantar, nem do nome do restaurante. Lembro que era "una tienda de vinos con mesas para comer", que provavelmente já deve ter mudado para "un restaurante com venta de vinos" pois o local já tinha muitas mesas, todas cheias, fora a espera. As prateleiras dos vinhos formavam todas as paredes do restaurante, inclusive servindo para separar ambientes. Um maná para nós apreciadores de vinho.


De qualquer forma, ficou a marca em mim de que havia vinhos mexicanos sim e alguns bem interessantes. Já tomei alguns mexicanos depois disso, lembro principalmente do Vino de Piedra 2007 - Ensenada, bem apreciado por lá, um excelente vinho.


Gostaria de compartilhar este último que tomei:
Kerubiel Adobe Guadalupe 2007


Adobe Guadalupe Vineyards and Inn: um local realmente para o prazer -> uma vinícola e um haras com um bed&breakfast.... Veja este vídeo de apresentação:



A música é envolvente, uma mistura de cigana e mexicana, que mostra toda a latinidade hispânica desta vinícola. A casa com o passeio central e seu chafariz me transportou para um México romântico e conquistador. E os nomes de seus vinhos não poderia exprimir melhor a cultura católica e a religiosidade fortemente incutida naquele povo.

O local parece harmonioso, as parreiras, os cachos, os trabalhadores, o trato das uvas, com anjos espalhados por todo o canto, anjos que dão nomes aos vinhos. Até as luminárias e adereços dos muros tem asas que nos lembram os seres angelicais. Por fim, não poderia faltar a Virgem de Guadalupe, a padroeira das Américas.

E dentro deste espírito religioso foi criada esta vinícola, a partir da visão da matriarca da família em uma visita a igreja de Notre Dame em Paris. Esta história não poderia ser mais mexicana, não?!

A vinícola tem como filosofia a harmonia com a natureza e a experiência única com seu vinho. Por isso, fazem vinhos multivarietais, no estilo do Vale do Ródano - França. Vejam a influência do novo mundo, principalmente da indústria vinicola da California, nesta declaração: a experiência única tem como um dos principais fatores o vinho de corte, tão comum no velho mundo.

Nem preciso dizer q este vinho, o Kerubiel, é celestial:
Castas: 31% Cinsault, 29% Syrah, 29% Mourverdre, 6% Grenache, 5% Viognier
Alcool: 13.8 %
12 meses en barrica

Coloração Rubi brilhante, mostrando boa vivacidade mesmo depois de 5 anos.
Ao nariz, não muito potente, mas com boa complexidade, aromático, madeira bem integrada, frutas vermelhas, perfume floral, couro e defumado. Conforme o tempo no copo, os aromas iam se abrindo.
Na boca, corpo médio, boa acidez, taninos redondos, um amargor agradável.
É um corte do sul do Vale do Ródano, e as impressões na degustação foram muito próximas das características dos vinhos daquela região.

Uma pena que os vinhos mexicanos são caros, mesmo lá no México. É uma barreira para o desenvolvimento da vitivinicultura mexicana, realmente uma pena pois este vinho é mais um exemplo da boa qualidade da produção vinícola daquele país.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Preços no Brasil: imposto+margem ou tem outros fatores???

Tenho visto alguns comentários, posts e textos sobre os preços no Brasil, que realmente são abusivos, extremamente superiores a praticados em outros países. Esta é uma situação que terá conseqüências graves em um breve futuro.

Porém a análise não é tão simples como colocam em alguns desses comentários. É real que o Brasil tem uma carga tributária imensa e que as margens dos produtos são enormes, mas só isso não explica os preços por aqui.

O grande problema do Brasil é a falta de eficiência.



Tenho certeza que você já ouviu falar do custo Brasil. Este custo é composto, além de impostos, por ineficiências, restrições, péssimas condições de operação empresarial, juros e ainda por uma cultura de rápido retorno.
Tanto impostos abusivos como margens de lucro altas são conseqüências de outros fatores. É um texto de forma geral desta questão no Brasil, mas em alguns pontos vou focar o mercado de vinhos importados. Vamos às principais:

Impostos:
A carga tributária sobre o PIB no Brasil é em torno de 35%. 12 pontos percentuais acima da Argentina (quase 50% maior) e 7 pontos acima dos EUA (25% maior).
Quando falamos de carga tributária, não só de ICMS, IPI e Cofins tratamos. Inclua-se ai IPTU, IPVA, enfim uma série de impostos que não estão ligadas à operação da empresa, mas que compõe sua base de custo.
E outro complicador que não se menciona muito é a complexidade das leis. As empresas precisam manter departamentos inteiros ou contratar empresas especializadas para cumprir integralmente com a legislação fiscal e outras burocracias. Uma empresa de pequeno porte dificilmente tem condições de cumprir com toda essa legislação e ai abre-se uma porta para a corrupção.

Corrupção:
Temos um governo corrupto que precisa de burocracia e leis complicadas para manter essa corrupção. Se o governo já é sócio do nosso negócio com os impostos, a corrupção faz com que os fiscais do governo também fiquem sócios.
Vocês devem imaginar o que é desembaraçar um container no porto. Muitas vezes o produto fica retido por meses no porto esperando uma solução burocrática. E ainda complicam mais, incluindo o tal selo no vinho. O capital empatado e a operação logística com mais operações vai encarecendo o produto ali parado no porto.

Custo do Capital:
A taxa básica da economia está em 10,5% ao ano, levando os juros reais para 4,9% (descontando a inflação). Agora se o empresário brasileiro tivesse acesso a crédito nesse patamar de taxa de juros estaríamos no céu.
O custo do capital está em torno de 30% ao ano. Adicione-se a isso a dificuldade em obter crédito.
Imagine novamente na situação acima para a liberação do container no porto, o impacto do custo do capital no preço da mercadoria.

Custo da folha de pagamento:
Além dos impostos incidentes sobre o produto e sua movimentação, também outro custo torna a operação brasileira entre as mais caras do mundo. Enquanto nos EUA, os encargos sobre a folha de pagamento giram em torno de 6 a 7%, no Brasil chega a ser de 80% (sem contar benefícios extras que as empresas oferecem).
Eu sou do mercado de tecnologia da informação e sei o quão pouco competitivo somos no mercado mundial de desenvolvimento de software devido principalmente ao custo da mão de obra por aqui.

Infra-estrutura:
O Brasil está muito, mas muito atrasado neste quesito. Falo da infra-estrutura de toda ordem: logística, telecomunicações, energia, educação.... entre outras.

Logística: dependemos de um único modal interno: rodoviário, que não é a de menor custo. Também é a de menor segurança, mais suscetível a assaltos. Devido a esta falta de segurança, as empresas são obrigadas a ter sua própria esquema de segurança. Mais custo!
Portos ruins de operação deficiente e estrutura atrasada, estradas de péssima qualidade ou quando não com alto custo de pedágios, o pior combustível do mundo (nossa gasolina ou diesel é umas das mais ineficientes). De novo, vários fatores que geram custo e ineficiência.

Telecomunicações e energia: é das mais caras do mundo. O Brasil precisou dar um salto de qualidade nos anos 90, estávamos muito defasados do mundo. Foram pesados investimentos que estamos pagando a conta ainda.
Conheço várias empresas que deixam de manter operação fabril no Brasil devido a estes custos. Um exemplo é a indústria de papel (por um lado felizmente não instalam outras unidades aqui, pois é um setor muito poluidor) que é intensivo em energia elétrica.

Educação: o brasileiro é um dos melhores profissionais que já vi no mundo, porém somos muito mal formados. Péssimas escolas de base e uma enxurrada de faculdades e universidades sem a menor condição de formação adequada de mão de obra qualificada. A universidade pública, que é de boa qualidade, acaba recebendo os alunos das melhores escolas secundárias, portanto as pagas. Mesmo o 2º grau que poderia formar técnicos, são raros os casos de escolas que formam adequadamente. Portanto acabamos por ter uma mão de obra não tão eficiente, que apesar de todo o esforço, criatividde do profissional brasileiro.

Ineficiência de gastos do governo:
Pode parecer retórica, mas o fato de pagarmos altos impostos e não termos em retorno de serviços eficientes de saúde, educação, moradia, traz mais custo para as empresas. Ela acaba tendo que ocupar esta falha do governo. Os gastos com programas sociais têm que dar o segundo passo: primeiro trouxe o peixe, agora precisa ensinar a pescar. Isto quer dizer, formar melhor mão de obra e gerar condições de aumentar o emprego.
Além da ineficiência de serviços para a população, a falta de investimentos na infra-estrutura causa problemas que podem gerar um apagão neste país, um apagão logístico, de energia, de mão de obra... Muito preocupante.

Uma frágil estabilidade:
Tudo é recente neste país. A estabilização política ainda não tem 30 anos. Muitos dos políticos atuais que gravitam no poder ainda são da geração da ditadura militar. Como a transição não foi uma ruptura, foi negociada, a população teve uma participação parcial no processo, ainda existem resquícios da cultura política de outrora.
A estabilidade econômica é mais recente ainda. Ainda brigamos para evitar a inércia inflacionária. Apesar de o governo atual ter mantido a política econômica que gerou esta estabilidade, vemos alguns setores do próprio governo dar menos importância a uma estabilidade econômica impulsionando gastos de custeio que não trarão incentivo à economia.
Com toda esta incerteza, o empresário coloca no seu custo o risco Brasil!!



Concluindo, a alta carga de impostos é um dos causadores dos enormes preços no Brasil sim é. Mas o governo precisa manter esta carga para conseguir cumprir com o custeio da máquina que, por sua vez, não traz benefícios para a economia, portanto empresas, portanto aos empregados.



Por sua vez, os empresários colocam altas margens para 1) para compensar este custo Brasil e 2) para remunerar o alto risco de ser empreendedor no Brasil, pois ainda vivemos uma estabilidade muito frágil. Um empresário faz um investimento de porte médio para baixo buscando um retorno de capital entre 2 e 3 anos.



Então o que temos que mudar:


1) O governo precisa ser mais eficiente. A arrecadação com os impostos precisa retornar mais para a infra-estrutura para as empresas. Reduzir a burocracia.
2) Criar melhores condições de competição nas áreas de telecomunicações, energia e financeira. As empresas precisam baixar seus preços
3) Merece um item: o spread bancário precisa cair drasticamente. Necessitamos de mais competição no mercado financeiro, os bancos governamentais precisam exercer um papel mais decisivo aqui. O Banco Central precisa reduzir o depósito compulsório para aumentar a oferta de dinheiro e os bancos comerciais precisam ser menos gananciosos!!! Talvez a criação de uma agência reguladora poderia reduzir os ganhos dos bancos.
4) Melhorar a malha logística, desde portos, rodovias, aéreo (reduzir custos!!!) e incrementar muito a ferrovia.
5) O empresário precisa ter confiança no país e na estabilidade político-econômica e fazer investimentos de mais longo prazo. O retorno irá acontecer ao longo de dez, quinze, vinte anos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Para começar a entender a Borgonha

Recentemente estive em uma palestra sobre vinhos da Borgonha, na qual foram degustados alguns exemplares únicos da região (nenhum deles é importado regularmente para o Brasil) e ao final um jantar com o famoso boeuf bourguignon.



Conhecer um pouco da Borgonha (sim, foi muito pouco já que a palestra foi de 3 horas) nos faz viajar à mais fanática tradição de produção de vinhos. Os borgonheses elevam o conceito de terroir à enésima potência, há uma obsessão por encontrar o melhor local para a melhor uva com a melhor forma de vinificação. Também percebi que lá há um embate da tradição da produção em pequenas escalas e propriedades familiares, com a força econômica da produção com tecnologia (e química...). Utilizam-se, por exemplo, técnicas biodinâmicas, não por adotá-las recentemente, mas na verdade por nunca as terem deixado de usar.

Enfim, foi uma introdução que deixou na boca o gostinho que motiva a entrar mais neste mundo da Borgonha. Espero que o Jean e Sonia façam outros módulos do curso com temas mais detalhados.

Os vinhos apresentados foram todos excelentes e surpreendentes. Desde os Chardonnays, passando pela incrível Pinot Noir e chegando à encorpada e carnuda Gamay ... SURPRESA!!... estranhou???





Esta (abaixo) foi a maior surpresa da noite: tomamos um Gamay de alto potência, com um corpo de fazer inveja. A Gamay, hoje com uma imagem muito desgastada devido aos vinhos de Beaujolais que chegam ao Brasil, foi a principal uva tinta da Borgonha há séculos atrás. O vinho que tomamos foi feita por uma técnica ancestral que mantém a fase de fermentação por mais 1 ou 2 semanas e matura (élevé) em carvalho por 4 anos, assim tirando o máximo da casca e “domando” o vinho nos tóneis. O resultado é um vinho potente, encorpado, complexo, redondo!! Apresento o Gamay de Futur do Chateau de Villars Fontaine.


Por fim, junto com o bouef, nada mais nada menos que um Grand Vin de Bourgogne, um Corton-Renardes Grand Cru da Domaine Marius Delarche.

Além dos participantes do curso, tive a oportunidade de conhecer a Sonia e o Jean que foram maravilhosos na organização e recepção. Proporcionaram um momento único e uma ótima entrada para o mundo da Borgonha.

Também não poderia deixar escapar a oportunidade para comentar um outro vinho que tomamos lá, uma colher de chá do Jean. Foi um vinho de garagem feito por Jean lá no Vale dos Vinhedos: Éléphant Rouge 2008 (acho que é a primeira safra do vinho), um Cabernet Sauvignon excelente, bem estruturado, ótimo corpo, boa complexidade.


Serviço da palestra:
Curso de vinhos da Borgonha
Conduzido por Jean Claude Cara
Realizado por Éléphant Rouge e Madame do Vinho (Sonia Denicol)
Local: La Régalade